“No fim do século XVIII já havia garimpagem na região. A tradição oral, sem que se tenha algum documento que comprove, conta que nos primórdios da mineração foi descoberta uma grande pepita de ouro com o formato da imagem de Santo Antônio, num remando do arroio Camaquã, que hoje banha a cidade. Por essa razão aquela garimpagem recebeu o nome de Santo Antônio das Lavras ficando como padroeiro da localidade o milagroso santo.” (Centenário Lavras do Sul. Comissão Central das Comemorações do Centenário de Lavras do Sul. Bagé: Quadra,1982).
A Origem de Lavras do Sul é peculiar no RS e vem da mineração. A história de Lavras do Sul está muito ligada à existência das ricas jazidas de ouro, sendo assim o único município do Estado surgido e formado em torno deste mineral. Há uma identificação de mais de 250 anos com a mineração.
As Missões Jesuíticas, estabelecidas no atual território do Noroeste do Rio Grande do Sul nos séculos XVII e XVIII também foram determinantes para a formação do território lavrense, pelo fato de a região onde atualmente é o Segundo Distrito (Ibaré) ter sido, segundo historiadores, passagem para a conquista de territórios e construção das missões. O livro de José Roberto de Oliveira (”Pedido De Perdão Ao Triunfo Da Humanidade”), escritor nascido em Santo Ângelo, aborda esta questão e garante que Lavras do Sul foi fundamental para a criação dos Sete Povos das Missões.
A ocupação humana de Lavras do Sul iniciou-se através da mineração, da distribuição de terras (sesmarias), no século XVIII, e da colonização de diversas etnias, a partir do início do século XX, especialmente portugueses, espanhóis, latinos e negros.
Antiga aldeia dos índios Guenoas, o território lavrense fez parte das missões jesuíticas, começando a ser colonizado a partir do final do Século XVIII. Segundo o livro “Município, teu nome é sucesso”, de Giovani Cherini, publicado pela Assembleia Legislativa em 2001, as terras de Lavras do Sul são originadas de Bagé e Caçapava do Sul, que, por sua vez, pertenciam a Rio Grande e Rio Pardo em outrora.
As disputas pelas terras conquistadas por Portugal e Espanha originaram tratados de limites como os de Madri e de Santo Ildefonso que tiveram suas linhas determinadas em documentos e posteriormente demarcadas, pois a linha do Tratado de Santo Ildefonso curiosamente faz uma curva sobre o território do município e as linhas dos dois tratados unem-se justamente sobre o território de Lavras, formando assim um vértice histórico.
Estima-se na data de 1825 o início do povoamento da região, embora portugueses, espanhóis e índios já exploravam a mineração antes disso, por volta de 1796 (ano em que ocorreu a primeira descoberta de ouro na região), acreditando-se terem vindo para o sul, juntamente com os bandeirantes paulistas. A exploração do ouro (lavra) deu origem ao nome do Município, que já teve a denominação “Santo Antônio das Lavras”. A atual Igreja Matriz está construída no mesmo local da capela originária.
O nome do Município deriva da divisão de glebas (lotes, terrenos) destinadas à mineração (lavra) do ouro. Além disso, ao nome “lavras” foi adicionada expressão “do Sul”, por já existir um município denominado Lavras, em Minas Gerais. O nome oficial Lavras do Sul foi definido em 29 de dezembro de 1944. O curioso é que o nome da cidade quase se tornou Araíuba (“lugar do ouro”), por conta de um decreto do Governo na época, que disciplinava os nomes das cidades de acordo com suas origens e descendências, ideia que acabou sendo engavetada.
Datas-chave de Lavras do Sul
* 1825 (data provável): início oficial da formação e colonização do município;
* 13/11/1847: elevação de Lavras à categoria de freguesia;
* 09/05/1882 (uma terça-feira): Lavras é elevada a categoria de vila e município;
* 21/03/1939: a sede do município foi elevada à cidade.
REFERÊNCIAS
[1] Calendários Perpétuos. Disponível em: http://www.ghiorzi.org/caleperp.htm, acesso em 30/10/2009.