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BLOG: Sugestões de itens para o estudo do município

ITENS NECESSÁRIOS PARA O ESTUDO DO MUNICÍPIO E UMA MELHOR CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DO ESPAÇO VIVIDO (vale para qualquer município brasileiro e também para Lavras do Sul):

• Atlas municipal escolar – com informações diversas e gerais do município (Importante conter mapa usos do solo, hidrografia,hipsometria, clima, transportes…).

• Mapa do município – construção de um mapa completo (Mundo, América do Sul e Brasil, Rio Grande do Sul, município, distritos, sedes de distritos).
• Material didático para os estudantes. Contendo mapa e informações gerais do município.
• Curso de atualização específico (Geografia e História) para trabalhar o município em séries iniciais direcionado a professores com formação fora da área de geografia/história – destaque para busca de dados nos indicadores do IBGE e uso da internet para atividades.
• Orientação para excursões de campo no município (pontos turísticos e distritos e sedes) – como organizar, o que é indispensável.
• Ciclo de debates, ou oficina para a troca de experiência entre estudantes de graduação (Pedagogia, História e Geografia) e professores do ensino fundamental anos iniciais.
• Um mapa do município presente na sala de aula.
• Produção técnica elaborada pela Secretaria Municipal de Planejamento ou Administração, para base de informações
confiáveis referentes ao município.
* Reunião de referências e compêndio de textos com todo o material atual do município organizado e disponível na Secretaria Municipal de Educação para escola e professores do ensino público
(estado e município) e privado.
• Formulação de livro paradidático contendo experiências e sugestões de atividades para trabalhar o município nos anos iniciais.
• Criação de um grupo de pesquisa que possibilite auxiliar na elaboração e acesso as informações municipais para as escolas.
* Dados municipais podem ser visitados em sites como o do IBGE (de informações confiáveis).

BLOG: Rio Camaquã

O Rio Camaquã possui suas nascentes em Lavras do Sul e municípios vizinhos, fazendo com que a porção oriental do município pertença à bacia hidrográfica do mesmo. Possui cerca de 430 km de extensão, passando por municípios como Santana da Boa Vista, Encruzilhada do Sul e Amaral Ferrador, e desembocando na Laguna dos Patos, na divisa de Camaquã com São Lourenço do Sul. A Bacia do Rio Camaquã possui uma superfície de 21.517,58 km², correspondendo a 7,6% do Estado, abrangendo 26 municípios e cerca de 255 mil habitantes.

Seu curso corta diversas regiões de rochas, formando pequenos cânions em sua parte mais elevada.

BLOG: Mais dados geográficos sobre Lavras do Sul/RS

 

TOPOGRAFIA E RELEVO

A altitude média de Lavras do Sul é de 277 metros acima do mar. No entanto, regiões de limites com São Gabriel e Vila Nova do Sul tem altitude acima dos 460 metros. Na saída para São Gabriel e Ibaré – Parque do Sindicato Rural – a altitude é aproximadamente 400 m.

No Ibaré (distante 47 km da Sede Municipal), as altitudes locais são menores (entre 180m e 250 m), com a Serra do Ibaré ao lado (mais de 400 m).

No limite com Dom Pedrito (às margens do Rio Santa Maria), as altitudes não ultrapassam 100 m. Esta região está localizada a quase 100 km da Sede Municipal.

As principais elevações lavrenses são a Serra do Ibaré, os Cerros da Mantiqueira, as Pontas do Salso e o Tabuleiro. O Rincão do Inferno (o lado lavrense é propriedade particular), no limite com Bagé, é outro destaque do relevo de Lavras do Sul.

Diversos tipos de rochas são encontrados em Lavras do Sul. Sua riqueza mineral fez do município o único do Rio Grande do Sul surgido através da extração do ouro e de outros minerais.

Os solos lavrenses formam campos nativos (mais de 80% do território lavrense tem esta composição), dando condições para uma pecuária de alta qualidade.

Na zona urbana, há diversas lombas (ladeiras), algumas íngremes (como a rua Oswaldo Aranha, nos altos cidade), além de vias de acesso em condições mais planas (como a avenida Coronel Galvão).

HIDROGRAFIA

A Hidrografia de Lavras do Sul é composta por duas bacias distintas, separadas por um divisor de águas natural (localizado na Meia Lua, interior do município): Rio Camaquã (53% do território lavrense) e Rio Santa Maria (47% da área do município.

Também na Meia Lua, o Marco Gaúcho das Águas, ponto inaugurado em 2004 caracterizado por um marco erguido em uma fazenda no limite com São Gabriel, marca um tríplice encontro da Bacias do Guaíba, Camaquã/Sudeste e Santa Maria/Rio Uruguai. O nome do local inspirou a criação do CTG Marco das Águas, em 2017.

O Arroio Camaquã das Lavras banha a Sede e engloba a Praia do Paredão (patrimônio natural localizado a menos de um quilômetro do centro da cidade, onde está estabelecido o Camping Municipal Zeferino Teixeira, inaugurado em meados dos anos 1980).

Por sua vez, o Arroio Jaguari banha o Segundo Distrito (Ibaré). Tanto o Camaquã das Lavras como o Jaguari apresentam bancos de areia em meio ao seu leito, que são originados do transporte de sedimentos (resíduos que foram areia e diversos minerais)

Tanto no leste como no oeste, há cursos d’água fazendo limites municipais (a leste, o Arroio do Hilário divide Lavras do Sul e Caçapava do Sul; a oeste, o Rio Santa Maria forma curvas, geograficamente chamadas de “meandros”, que fazem limite com Dom Pedrito).

VEGETAÇÃO E FAUNA

A vegetação lavrense é composta por três tipos básicos: os campos nativos (que correspondem a mais de 80% do território); as matas remanescentes da Bacia do Paraná (14% do território); e os banhados (próximos ao Rio Santa Maria), que representam menos de 2% da superfície lavrense. Há uma diversidade de plantas e animais no município. Cactus, aroreiras, cinamomos, araucárias e diversos tipos de plantas, típicos de vários biomas brasileiros podem ser encontrados em Lavras do Sul.

Há, segundo o site WikiAves, no mínimo 200 espécies de aves e pássaros na natureza lavrense. Também em Lavras do Sul, podemos encontrar mamíferos, peixes de açudes e cursos d’água, répteis, anfíbios e insetos, entre outras espécies.

Os animais domésticos são bastante estimados pelos lavrenses. No entanto, há casos de abandono, especialmente de cães, gatos e cavalos. Nos últimos anos, foi criada a ONG Patinhas de Ouro e também o Centro de Zoonoses (localizado no antigo Mercado Público, na Rua Cel. Meza). As entidades tem o objetivo de dar ajuda a animais domésticos que sofreram abandono e maus tratos, além de realizar castrações de animais, na tentativa de reduzir a população dos mesmos na cidade.

BLOG: Tradicionalismo e costumes de Lavras do Sul/RS

Tradicionalismo

Com mais de 20 piquetes tradicionalistas (PTG’s), o CTG Marco das Águas, o CTG Querência das Lavras e o desativado CTG Lanceiros do Batovi, temos uma história importante no tradicionalismo, com o cultivo das tradições gaúchas (andar a cavalo, vestimenta típica, comidas campeiras e outros costumes).

Lavras do Sul é, provavelmente, o único município do Rio Grande do Sul com duas Semanas Farroupilhas em seu território: a do Ibaré (que, em 2024, chega à sua 24ª edição, na Quadra de Esportes) e a de Lavras do Sul (Sede), na Praça das Bandeiras e na Associação José Benito Chiappett (Rodeio Farroupilha). Outras atividades (em diversas entidades e escolas) realizam eventos paralelos e próprias programações. O Desfile Tradicionalista, realizado a 20 de setembro, geralmente às 15h, no centro de Lavras do Sul, é outra tradição lavrense da data.

Também temos vários cantores e compositores tradicionalistas. Mesmo alguns não terem nascido em Lavras do Sul, adquiriram forte vínculo com o município e o representam. Exemplos:

Chico Teixeira: cantor tradicionalista, com um grande número de acessos e seguidores nas redes sociais, já conquistou prêmios de festivais nativistas, em municípios como Osório, em 2024; Também merece menção o compositor Igor Mastroiano, no qual tem parceria;

Gujo Teixeira: um dos grandes compositores e poetas nativistas do RS. Foi criado no interior de Lavras do Sul e é veterinário. Já conquistou diversos prêmios, escreveu mais de dez livros e suas poesias estão contidas em vários álbuns, de artistas de dentro e fora do estado (ex: Michel Teló);

Marcello Caminha: até os sete anos de idade, morou no Segundo Distrito de Lavras do Sul e depois foi para Bagé. Um dos maiores violonistas do RS;

Mauro Ferreira: compositor tradicionalista, bastante conhecido no cenário nativista gaúcho. Teve parceria com Luiz Carlos Borges (In Memoriam). Não nasceu em Lavras do Sul, mas se estabeleceu no município como pecuarista;

Outros compositores e poetas nativistas lavrenses que merecem citação: Edilberto Teixeira (In Memoriam)Murilo Teixeira, Roger PrestesDaniel SimõesChico Lopes e Matheus MachadoCostumes

Lavras do Sul apresenta costumes próprios, alguns deles semelhantes aos países fronteiriços com o Rio Grande do Sul (Argentina e Uruguai). Lavras do Sul fica a 140 km aproximadamente da fronteira com o Uruguai, dentro da Faixa de Fronteira. Como o território de Lavras do Sul esteve cortado e na linha divisória dos conflitos de formação do território gaúcho do século XVIII, ocorreu desde então uma forte influência das terras pertencentes à Espanha. Por conta disso, no vocabulário, as expressões gracias (obrigado) e buenas (olá, tudo bem?) são usadas por muitos munícipes lavrenses, outra influência dos países de cultura hispânica.

É muito comum em Lavras do Sul o fechamento dos estabelecimentos comerciais entre 12h e 14h, para almoço e o descanso rápido (séstia), embora, nos últimos anos, já são mais lojas abertas nesse período.

Chama a atenção, de muitos visitantes, a quantidade de eventos realizados em Lavras do Sul ao longo do ano. O fato de querer ter algo a fazer para movimentação da comunidade e criação de atividades faz com que sejam promovidos eventos dos mais diversos tipos e dimensões, em praticamente em todas as semanas do ano. Inclusive, há relatos de residente de municípios de médio porte que dizem que suas cidades não tem tantas atividades como em Lavras do Sul.

BLOG: Geologia e mineração de Lavras do Sul/RS

O município de Lavras do Sul tem sua origem na extração do ouro. Nos séculos XVIII e XIX, exploradores europeus, canadenses e brasileiros de diversas regiões faziam a coleta das pepitas de ouro.

A região possui, embora dentro de seu subsolo e com baixa exploração, um grande potencial de recursos minerais. O ouro esgotou-se em meados dos anos 1980 e há algum tempo a mineração deixou de ser explorada. Porém, é comprovado que existem jazidas a serem exploradas em vários locais do subsolo do interior do município.

Minerais, como granito, amianto, calcário, quartzo, pirita (variedade de ouro), talco e caulim, entre outros, podem ser encontrados no município.

A mineração em Lavras deu origem, ainda, ao padroeiro da cidade, Santo Antônio. Diz a lenda que uma das pepitas adquiridas às margens do Arroio Camaquã das Lavras apresentava em sua forma uma imagem de Santo Antônio.

Outra lenda que se propagou com relação a exploração aurífera em Lavras é a de que a Igreja Matriz de Santo Antônio, no centro, foi construída em cima de uma mina de ouro.

O ouro de Lavras do Sul pode ser associado ao granito rapikiwi ou rapakiwi (estilo de rocha), de origem vulcânica e pré-cambriana (início da formação da Terra).

A área de mineração de Lavras do Sul é de aproximadamente 60 km², tendo como locais mais importantes do desenvolvimento dessa atividade o Arroio do Jaques, São José da Itaoca, Vista Alegre, Cerrito e Volta Grande. Estes locais fazem parte da história da mineração no município.

Confira informações sobre mineração do ouro em Lavras do Sul no site do Serviço Geológico do Brasil

BLOG: Hidrografia de Lavras do Sul/RS

Duas bacias hidrográficas (com seus cursos d’água correndo em direções distintas) estão presentes em Lavras do Sul: a Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã (dentro do sistema hidrográfico Atlântico-Sudeste, ocupando 53% do território lavrense – englobando a zona urbana e o Primeiro Distrito -, além de abrigar as nascentes do mesmo rio, nos limites com Dom Pedrito, Caçapava do Sul e Bagé) e a Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (sistema hidrográfico do Rio Uruguai), que abrange 47% do território de Lavras do Sul, sobretudo o Segundo Distrito e o Ibaré. 

Os principais rios do Município são o arroio Camaquã das Lavras (que banha a sede municipal, e que juntamente com os arroios do Jaques e do Hilário, forma o rio Camaquã), arroio Ivaró, arroio Taquarembó e arroio Santo Antônio, que desembocam no Rio Santa Maria, que banha uma pequena porção no extremo oeste do município, no limite com Dom Pedrito. Podemos classificar o município em duas regiões hidrográficas distintas: 

Bacia Oriental: formada pelo rio Camaquã Grande e os arroios Camaquã das Lavras, Nazária, Imbicuí, do Tigre, Natálio, da Mantiqueira, Camaquã dos Macedos, Divisa, do Meio, do Jacques, do Hilário e Maricá, entre outros. 

Bacia Ocidental: formada pelo rio Santa Maria e pelos arroios Taquarembó, Jaguari, do Salso, Ivaró e Santo Antônio, entre outros. 

Tanto a Sede como o Ibaré são banhados por arroios de características idênticas. A mata ciliar cobre as margens dos principais arroios, estando ao lado de grandes depósitos de sedimentos. Existem pelo menos 100 cursos d´água em Lavras do Sul, como rios, arroios (rios de porte menor) e sangas (cursos d´água de pouca largura, de porte menor que os arroios). 

Bacia do Rio CamaquãO Rio Camaquã possui suas nascentes em Lavras do Sul e municípios vizinhos, fazendo com que a porção oriental do município pertença à bacia hidrográfica do mesmo. Possui cerca de 430 km de extensão, passando por municípios como Santana da Boa Vista, Encruzilhada do Sul e Amaral Ferrador, e desembocando na Laguna dos Patos, na divisa de Camaquã com São Lourenço do Sul. A Bacia do Rio Camaquã possui uma superfície de 21.517,58 km², correspondendo a 7,6% do Estado, abrangendo 26 municípios e cerca de 255 mil habitantes.

Bacia do Rio Santa Maria 

O Rio Santa Maria nasce entre Dom Pedrito e Santana do Livramento e percorre Lavras do Sul, São Gabriel e Rosário do Sul, até desembocar no Rio Ibicuí, em Cacequi. Possui área de 15.741 km² e população estimada de 165.506 habitantes (2020), sendo 148.453 habitantes em áreas urbanas e 17.053 habitantes em áreas rurais (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2023). 

Nessa região, estão sendo construídas as barragens do Jaguari e do Taquarembó, que poderão gerar desenvolvimento às comunidades do entorno. Em 2023, as obras dos locais ainda não foram concluídas por conta de questões jurídicas.